segunda-feira, 6 de junho de 2011

"Pras pessoas de alma bem pequena"

Como eu disse, esse post seria sobre amamentação. Mas, infelizmente, não foi como eu queria.

A minha intenção era falar sobre a minha experiência, que não foi fácil, mas foi maravilhosa. Sobre as dicas que considero importantes, sobre os cuidados que podemos ter com os mamilos, sobre bombas para tirar leite, armazenagem e informações realmente relevantes para nós, mães.

O problema é que fui atropelada por uma enxurrada de absurdos sobre o tema, que tiveram início após o "Mamaço" (manifestação realizadas por mães, após uma mulher ter sido impedida de amamentar seu filho no Itaú Cultural, em São Paulo). Além do artigo ridículo do João Pereira Coutinho, publicado na Folha Online, ainda teve uma péssima manifestação do "super influente no Twitter" Rafinha Bastos, do CQC.



A opinião desses homens, pois todas essas bobagens do tipo "mulher que amamenta em público quer na verdade é botar o peito pra jogo" foram ditas por homens (meninos, eu ainda tenho esperança na espécie e acredito que isso não é um senso comum), é tão, mas tão absurda que me faz pensar apenas em duas hipóteses:

1) Rafinha Bastos, João Pereira Coutinho e simpatizantes não foram amamentados por suas mães (será que eles têm mãe?). Isso causou uma frustração enorme nos coitados. Eles colocam pra fora seus problemas repudiando as mães que amamentam seus filhos. Para eles isso é um ato que deve ser feito escondido, no quarto escuro, dentro de casa, para não causar sofrimento em homens que como eles, tadinhos, não conseguem suportar a imagem de um ato de amor tão incondicional e natural como é uma mãe amamentar seu filho.

2) As piadas e assuntos acabaram. "Ai meu Deus! Como vou ganhar audiência??? Será que todo mundo já reparou que eu sou um idiota??? Acho que vou polemizar dizendo que essas mães que amamentam seus filhos em público querem na verddae é provocar os homens. Porque peito só serve para ser chupado durante o ato sexual e por mim! É um absurdo essas mães ficarem colocando essas tetas pra fora impunemente. Aí, fazer piadas sobre assuntos que vão além da minha capacidade de compreensão é tão legal... ai como eu sou foda".

Sendo assim, de acordo com a segunda opção eu não deveria nem estar dando ibope para essas criatutas, mas me juntei a outras mulheres, como a Lola que, como eu, achou isso tudo desprezível demais para ser ignorado.

Sabe, se esses dois fossem meus filhos eu agora estaria completamente decepcionada, mas como as mães não desistem nunca de suas crias, iria com certeza colocá-los de castigo:

- "Vamos simbora pedir desculpa para todas as pessoas que tiveram que ouvir esse monte de asneira que vocês falaram!"
- "Mas mãe???"
- "Sem mais menino! Não quero ouvir mais nem um pio sobre o assunto."

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