segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Pérolas

Nina é uma tagarela. Fala pacas. Fala pelos cotovelos. Fala, fala, fala.

E claro, é uma figura. Um dia ouvi de uma amiga: filha de duas figuras, figurinha é.

Gracinha 1

Não sei se por causa do calor, mas toda hora brotam umas bolinhas em sua virilha. Uma irritação mesmo, vermelhas, como brotoejas. Parecem não incomodar, já que ela não fala nada, mas tentei várias pomadas, já antes utilizadas e estava difícil de dar jeito. E toda hora eu chamava a pequena:

- Nina vem cá, deixa a mamãe cuidar dessa pereba aí.

Ela vinha, deitava na cama, abria as pernas, queria passar a pomada, blá, blá, blá, sempre igual. Ontem, quando entro na sala, lá está ela, sem calcinha, na frente da televisão e conversando com a mesma:

- Óia. Óia ati a minha peéba. Tá ati a minha peéba. (tudo isso enquanto empinava a pélvis para a TV. Tem problema falar pereba? Ela anda querendo mostrar a pereba pra geral...)

Gracinha 2

O meu presente de aniversário, atrasado (ok, ela não se liga em datas), foi a dupla do filme Monstros S.A. em pelúcia. Comprei no Mercado Livre porque na loja, além de esgotado era somente o DOBRO do preço. Daí que ela anda arrastando o Sulley para todos os cantos da casa e ontem ela sentou com os dois, Sulley e Mike, catou a caixa do DVD e começou a conversar com os bonecos, como quem conta uma história:

- Sulley, ati você ó, no meu VD, tá vendo? É você. E você Mike, ati você tumbém (enquanto aponta os personagens na caixa do filme e ri, como se eles respondessem).



Gracinha 3

Nina canta. O tempo todo. Mas se ela perceber que você está olhando para ela enquanto demonstra seus dotes artísticos, ela transforma sua voz e começa a cantar no melhor estilo O Exorcista. Sério. Não sei de onde ela tirou isso, mas prometo um vídeo. Segundo o pai, fofo que só, a menina canta virada no capeta.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Era digital e fotografia

É verdade que depois da máquina digital muita gente começou a se achar fotógrafo. Aquela possibilidade de ver na hora se a foto ficou boa ou não e repetir o clique dá a falsa sensação que qualquer um pode fazer esse papel. Pois é galera, não pode. Vide as fotos que publiquei no post anterior. Você pode refazer o clique, mas precisa ter o olhar. Você pode refazer o clique, mas o momento que passou não volta.

Na minha profissão, já ouvi muitas vezes: "mas precisa de fotógrafo? O jornalista que vai cobrir não pode fazer as fotos?" Pode. Claro que pode. Até a Nina pode tirar as fotos. Bom, se elas não vão servir para nada depois é outro problema.

Por isso eu tinha certeza que precisava de um fotógrafo na festa da Nina. No ano passado faltou tempo, faltou verba, faltou programação, mas desta vez me programei e contratei o pessoal da Doce Deleite muito antes de ter definido os detalhes da festinha. Eles tinham feito as fotos do aniversário da filha de uma amiga e ficou a coisa mais linda do mundo. Estava decidido. As fotos seriam deles.

E hoje, quando abri o Facebook, eles já tinham liberado as prévias das fotos. Foi MUITO mais rápido do que eu esperava, então quase não acreditei. Agora, imagina como fica o coração de uma pobre mãe ao se deparar com isso:























É muita emoção, né não gente boa? Haja coração!

Alguns créditos merecidos:

  • A roupinha da Nina é da Lepetitpola, claro. Já provei aqui que sou fã.
  • Os bonequinhos de feltro são da Frumigaria, feitos pela fofa da Camilla.
  • Elo7 me ajudou muito. Lá encontrei as latinhas de palhaço, as boleiras coloridas (você escolhe a cor do pé e o tecido, ficaram lindas!), as bandeirolas sob encomenda e também os toppers de scrap. Dicas: para quem não trabalha com isso, comprar todos os cortadores para confeccionar os toppers acaba saindo muito caro, é melhor comprar pronto. Bandeirolas de pano são o máximo! Eu pedi todas bem coloridas sem nada "combinando" entre si, o bom é que você pode aproveitar qualquer resto de tecido que tenha em casa, basta saber costurar o que não é o meu caso, e elas vão servir para outras festas e comemorações!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

E como foi?

E a festinha foi no sábado, finalmente! Deu trabalho, mas ficou fofo, do jeito que imaginei e o povo gostou, se divertiu, comeu, bebeu e encheu a cara de brigadeiro. Aliás, eu sigo enchendo a minha cara de brigadeiro desde então, já que nada se perde, tudo se aproveita, e as sobras estão lá em casa.

Esse ano resolvi contratar um fotógrafo e relaxei com as fotos. Nem máquina eu levei, porque não sou boa nisso mesmo. Como as fotos demoram, claro, a verdade é que tenho poucos registros para mostrar para vocês. Ambos resgatados da máquina da minha tia e sem muito foco (valeu Duda!), mas dá para ter uma ideia...

Essa era a mesa do bolo. Os bonequinhos de feltro são a minha paixão e criados pela talentosa Camilla. Na foto não dá para ver direito, mas são cheios de detalhes fofos! As bandeirolas da mesa foram feitas com os mesmos papéis que estão nas latinhas, cones e molduras das fotos. Atrás da mesa o painel de fitas com pompons de papel de seda.
Painel no detalhe.
Varal de fotos. Esse estava acima da mesa de lembrancinhas e guloseimas, mas tinham muitos outros espalhados pela festa.
Imã de geladeira. Porque o brega está dentro de mim, rs. E minha vó adooooora. Obra da Lud, claro.

E fazer o que com o que sobra da decoração da festa? Bom, muitas coisas vão para o lixo mesmo, porque nem sempre dá para aproveitar, mas outras você aproveita e coloca no quarto da filhota:

Visão geral das prateleiras.
Parte das bandeirolas da mesa.
Palhacinha (meu xodó), latinhas e foto usada na decoração.
No detalhe. Não é uma fofura?

Por hoje é só pessoal! Mais fotos da festa só quando o pessoal da Doce Deleite liberar as prévias. Mas demora, tá? É muita festa de criança pra fotografar, muita foto pra tratar, muita mãe louca ansiosa para atender... 

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A organizada

Bom, amanhã é feriado no Rio (todas grita \o/).

Feriado antes da festa de aniversário é providencial e por isso, achei que estava tudo sob controle. Tudo na mais perfeita ordem e organização. "Ih... vai dar tempo de sobra", pensei.

Pensei até uns dois minutos atrás, quando refiz a minha to do lista de hoje. São uns seis itens pendentes, incluindo uma breve, rápida, porém necessária, faxina na casa. E não, isso não é tudo que falta para a festinha estar pronta, isso é tudo que TENHO que fazer hoje.

Ok. São 17h e ainda estou no trabalho. Lá pelas 18h30 acho que chego em casa, ou melhor na escola da Nina. Aí pego a cria, lambo a cria, mimo a cria e começo a fazer as coisas. Começo?

- Bota o VD, mamãe? Do S.A. (leia-se DVD dos Monstros S.A.)
- Mamãe qué mamá.
- Mamãe qué suco.
- Mamãe pega meus binquedus?
- Mamãezinha, mamãezinha, mamãezinha...
- Mamãe, pega eu? Pega? Joga eu na cama? Queio minha pepê. (Chupeta).
- Mamãezinha, mamãezinha, mamãezinha...

Ok, ok. Lá pelas 21h30 espero que ela esteja dormindo. Aí sim começo a fazer as coisas. Afinal, dormir pra que, né não?

É... vai dar tempo. Tudo sob controle.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Dois anos

O que pode mudar em dois anos? Eu nunca tinha pensado nisso. Em uma vida de 80 anos, e eu acho que chego lá e ultrapasso com margem, o que são dois anos?

Pois Nina me ensinou que esse "curto" período de tempo, pode ser de grandes mudanças. Em dois anos, um bebê, totalmente dependente e que nasce, quando muito, sabendo mamar, se transforma em uma criança. No caso dela uma criança tagarela, que calça os próprios sapatos, me ajuda a levar as compras para casa, não usa mais fraldas, reconhece seu nome escrito nos lugares, sobe e desce da cama, do sofá, da cadeira sem precisar de ajuda, sabe cantar, dançar e pular, come sozinha, quer tomar banho sozinha, quer passar perfume sozinha, pentear os cabelos sozinha, sabe ligar e desligar qualquer aparelho eletrônico e entrega um iPhone na mão dela para ver o que acontece? É muita coisa para se aprender em dois anos. Às vezes desconfio que eles já nascem com chips pré-programados...

Em mim os dois anos tiveram um impacto tremendo. A Alice de antes já não existe. Mantenho meu jeito zen de ser, mas a cabeça mudou (o corpo também, mas isso não vem ao caso). Cabeça de mãe é diferente. Hoje penso no que fiz antes da Nina nascer e desejo que ela não faça muitas dessas coisas (abafa!). Hoje minhas prioridades são outras e o que é melhor para ELA é sempre minha primeira opção. Hoje acordo cedo, inclusive nos finais de semana. Hoje canto musicas infantis o dia inteiro, mesmo quando estou sozinha. Hoje me interesso mais por lojas de crianças do que de adultos. Hoje sou toda Nina. Da cabeça aos pés.

Então, minha Pituxa, parabéns! Hoje o aniversário é seu, mas é a mamãe que fica aqui babando e desejando que seus dias sejam sempre coloridos. Desejando que você supere os momentos difíceis e que saiba aproveitar sempre as alegrias. Desejando que você não me odeie na adolescência e que um dia entenda os "nãos" que vou ser obrigada a lhe dizer. Desejando que você saiba que o sofrimento do primeiro namorado passa e depois você ri disso, eu juro. Desejando que você cresça e ganhe o mundo, mas que sempre venha curtir um chameguinho da mamãe. Desejando, desejando, desejando... e torcendo para que o tempo comece a andar, pelo menos um pouco, mais devagar.




quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Preparativos de aniversário

Na semana que vem Nina completa 2 anos.

Passou voando, ligeiro e agora tenho uma filha desfraldada, ao menos durante o dia, que fala sem parar e com cabelos. Poucos, mas fato que já habitam a antes careca cabecinha.

Estou programando uma festinha para comemorar o aniversário, como comentei aqui, e já está bem perto. Vai ser na próxima semana e os preparativos estão bombando. Como sou inquieta, toda hora invento uma coisa nova para fazer, um apetrecho para enfeitar, blá, blá, blá, e quando vejo tenho mil ideias e preciso colocá-las em prática e reunidas no mesmo ambiente.

O fato é que há meses encontrei esses papéis de scrapbook para vender e me apaixonei. Ainda não tinha nada definido da festa, só que ela teria um tema circense, e quando encontrei esses exemplares, comprei na hora. Mesmo sem saber ainda aonde usá-los.



Pois bem, que passei a seguir essas cores e ideias para a festinha e na última semana coloquei a mão na massa. Bora ver aonde apliquei a papelada?



Cones para decorar a mesa do bolo, com pompons (outra ideia fixa na minha cabeça). Fiz um recorte e colagem entre os diferentes papéis.

Latinhas de leite transformadas em vasos. Maridin chegou a desdenhar da minha ideia, mas depois gostou.

Com as sobras das tirinhas de papel, decorei alguns copinhos brancos... Pretendo usá-los como porta-guardanapos, ou algo assim.

Cataventos!!! Amo. Esse é só o primeiro, farei outros mais tarde.
Pregadores de madeira decorados para um futuro varal de fotos...

Fala aí? Meu papéis foram ou não foram um bom investimento?

Ser mãe é moleza

Na verdade, esse título só faz sentido, quando a frase está completa.

Ser mãe é moleza, desde que você esteja casada com ele:


Isso porque, meus queridos, não há criança no mundo, nem recém-nascida, nem começando a andar, nem na época do desfralde e do temido, terrível, argh, nojento penico, que dê mais trabalho do que este ser, também conhecido como meu marido. Já tinha notado a semelhança física, mas desde que assumi meu compromisso de ano novo de manter a casa em ordem, percebi que o buraco é mais embaixo. Confesso que tenho encarnado a Amélia em muitos momentos. Tudo bem, trata-se de uma Amélia repaginada, com vaidade e nada submissa, mas que vive pegando no pesado. Jornada dupla total. E juro. A bagunça dele, coloca a da Nina no chinelo.

Fico ali matutando e cada vez mais me convenço que o Shrek foi sim inspirado nele. Já até imagino o cara da DreamWorks passando as férias no Brasil, dando um rolé na praia de Ipanema e dando de cara com a versão humana e menos verde do amado ogro. Neste momento uma luz se acende na sua cabeça e meses depois, Shrek estoura nos cinemas.

Na última semana, ouvi dele a seguinte pérola (com tom de reprovação e emputecimento):

- Cara, você precisa respeitar a minha individualidade. Essa organização toda não é prática. Imagina se toda vez que eu precisar de um sapato tiver que abrir o armário, a gaveta e abaixar para pegar? (Oi?)
- Isso não é normal?
- Não.
- E qual é a sua sugestão?
- Deixar os sapatos aqui do lado da minha cama. Empilhados. (Oi?Oi?Oi? - Morri!)

Fala aê. Faço o que nessa hora?

A) Atendo a solicitação e empilho os sapatos ao lado da cama.
B) Guardo ele na gaveta, tranco o armário e jogo a chave fora.
C) Paro de lavar as roupas dele em sinal de protesto.
D) Promovo uma rebelião com a Nina e taco fogo nos colchões.
E) B, C e D estão corretas. A, jamais.

Vou aproveitar o momento e mandar um alô para minha sogra em sinal de admiração. Afinal, ela sobreviveu ao maridin em versão criança. Imagina o caos? Pior: ela sobreviveu ao maridin em versão criança, com mais dois filhos homens, também crianças na casa. Imagina o caos II?

A verdade é que tendo em vista o trabalho e tempo gastos com meu Ogro particular, não posso nem cogitar outro filho. Não vou dar conta. Eu podia tirar uma fotos e colocar uma câmera escondida filmando as situações do dia a dia, publicar aqui e talvez ele nem soubesse. Ele não lê o blog. Não entra na internet e, muitos menos acessa o Facebook. Aliás, se você conhece a peça e ele te adicionou nos últimos tempos no Face, relaxe, não é um perfil fake, mas ele tem um Personal Facebooker Tabajara que faz o serviço pra ele...

O meu Shrek é excluído digital e mora em seu pântano. Assim como no filme. Eu sou a Fiona. Linda, magra e princesa que conhece o Ogro. Se apaixona e assume sua forma nem tão linda, nem tão magra, ainda princesa, mas agora também verde. 
E segue tentando colocar ordem no Pântano e nos mini ogros. No meu caso, graças, é só uma e do sexo feminino.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Cama compartilhada

Nina nasceu e dormia no meu quarto, no carrinho, ao lado da cama. Ela pegava no sono perto de 2h da manhã e esse era o momento em que ela dava uma esticada maior, dormia até, mais ou menos, umas 7h e daí seguia acordando, mamando e dormindo atéééééé sei lá que horas.

Quando ela tinha quase dois meses, transferi a pequena para o berço. O carrinho já não era mais opção, estava pequeno e ela escorregava durante a noite. Os horários continuavam parecidos, mas agora toda vez que ela acordava eu ia lá, amamentava na poltrona e voltava com a cria para o berço.

No berço, correu tudo bem até os 6 meses. Nina passou a dormir mais cedo, perto de meia noite e o resto das horas corriam tranquilas, com alguns despertares para mamar. Não sei bem como, não sei bem quando, não sei bem porque, o fato é que ela começou a acordar a cada 2h, às vezes menos, para mamar de noite. Eu já estava trabalhando e aquilo, simplesmente, acabou comigo. Ficava morta, chata e estressada. Maridin nunca acordou de madrugada. Nem quando a Nina dormia do lado da cama. Costumo dizer que ele não dorme e sim morre por algumas horas, depois ressuscita. É um milagre constante.

Foi nessa época que conheci o famoso, temido e polêmico "Nana nenê". O cara faz um grande terror dizendo que se seus filhos não aprenderem a dormir pequenos, literalmente, fudeu. Já era, sua vida vai virar um inferno, casamento vai acabar, montanhas vão desabar, vulcões vão entrar em erupção e será o fim dos tempos, dos dias, do mundo. Ah, claro! Ele também explica a técnica de deixar a criança se esgoelar no berço até dormir. Usei meu olhar crítico para aproveitar algo de bom ali (sou Pollyana, gentchem!). A melhor e que recomendo, foi seguir uma rotina, coisa dificílima para mim, que não se encaixava nos meus dias, mas estipulei um horário para a pequena dormir e aí segui um ritual, brincadeiras mais calmas, banho, pijaminha, blá, blá, blá, todo dia igual. Comecei também a colocar ela no berço acordada, ficava um pouquinho ali com ela, explicava que era hora de dormir, cantarolava e saía. Se ela chorasse, eu voltava. Sim, deixei ela choramingar por uns 5 minutos, eu acho, mas não aguentei mais que isso (graças!).

O fato é que a rotina funcionou muito bem e rapidinho ela aprendeu que era hora de dormir. Quando a colocava no berço, acordada, ela virava pro lado e, pluft, dormia. Durante a madrugada reduzi o número de mamadas e nem sempre que ela acordava eu colocava no peito, às vezes só ia lá, dava um chamego e ela dormia de novo. Pois bem que meu bebê virou um relógio. Ela dormia às 21h e acordava uma, somente uma vez, para mamar de madrugada, perto das 2h da manhã. Depois só lá pelas 7h. Coisa linda, maravilhosa, de deixar as mãe tudo se roendo de inveja.

Assim fomos, muito bem, mesmo enfrentando um período conturbado, já depois de um ano de idade, mas tudo resolvido, tudo lindo, tudo belo, noites em paz.

Aí meu povo, veio a dor de ouvido. E nada dói mais no coração de uma mãe do que o filhote aos prantos com alguma dor. Levei Nina para minha cama e ali ela permaneceu, durante algumas noites, até ter certeza que tudo estava bem. Com a pequena recuperada, coloquei ela de volta no berço para dormir. Mas aí, né? Acorda, Alice! Quem disse que ela queria???

Ela até vai para o berço, já dormindo, pois agora ela adormece na sala ou no meu quarto ganhando um cafuné e lá pelas 3h da manhã ela acorda aos berros:

- Ajuda mamãe, ajuuuuuuda! Té saí. Té dormir com mamãe na cama do papai (aliás, a cama é sempre do papai, segundo ela. Estamos ali de intrusas. Nós duas e a Pietra).

Imagem do filme Os seus, os meus e os nossos. Será que é isso que me aguarda?

E como não tenho disposição, nem forças e me derreto ao vê-la pedindo, lá vamos nós tudo para cama do papai. Assim tem sido, desde então. No meio da madruga, criança na cama. Penso em tirá-la dali, mas não tenho pressa. Penso em comprar uma cama king para nós três (quatro com a Pietra), mas falta verba no momento. Penso em aposentar o berço e colocá-la na cama em seu quarto, que ela parece gostar mais. Penso, penso, penso e por enquanto vamos ficando ali, eu, ela, ele e o cão. Geral na cama do papai. Quando ela acorda, abre meu olhos com os dedos (oi?) e diz:

- Qué mamá, mamãe! Qué ir pra sala! Queio binquedus! Cadê Piêta? Mamãe??? Mamããããe???

Alguém desliga a criança, por favor, que eu quero dormir.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Para minha grande amiga

Ontem o dia não foi feliz.

O céu estava azul e o sol que não aparecia há tempos no verão carioca deu o ar da graça, mas ficou aquela tristeza pairando no ar. Acordei com o telefonema de uma grande amiga, daquelas que carregamos desde sempre e que faz parte de todas as nossas boas lembranças. Amiga com quem divido uma vida, muitas gargalhadas e também a maternidade, já que tivemos nossas filhas praticamente ao mesmo tempo. Pois foi com a notícia de que sua mãe havia partido que o meu dia, e pior, o dia dela começou.

Estava ciente da sua luta contra o câncer. Sem dúvida é esse o grande desafio da medicina, que apesar dos avanços, fica ali tantas vezes de mãos atadas diante da doença. E apesar de saber que ela enfrentava essa batalha, fiquei suspensa no ar com a notícia. Imaginei a minha amiga, minha idade, com uma filha da idade da Nina, agora sem sua mãe. Como num espelho, me imaginei sem a minha e não consegui avaliar o tamanho da dor dela.

Hoje, minha amiga, espero que seu caminho seja de muita luz. O da sua mãe tenho certeza que será, pois nenhuma pessoa reúne tantas demonstrações de carinho e afeto em sua despedida sem que tenha cumprido sua missão por aqui. Tenho certeza que para nós, filhos, a qualquer momento que isso aconteça, será sempre cedo demais. Por isso, tudo que posso te oferecer, e faço isso de peito aberto, é meu colo. Não é colo de mãe. Nunca será. Mas é recheado de amor e sentimentos bons. Posso te oferecer minhas risadas e imitações de pessoas famosas para distrair seus dias. Posso te fazer um cafuné e colocar nossas meninas para brincarem juntas, mas infelizmente não vou poder fazer a sua dor passar.

Hoje, sigo o conselho que você me deu ontem e deixo aqui registrado como amo minha mãe. Como ela faz parte de mim, como ilumina meu caminho e como está sempre, sempre ali quando eu preciso. Prometo demonstrar isso todos os dias, para que o tempo não se perca, pois ele não volta.

Espero também que você saiba que esse pequeno ser que habita sua casa e sua vida sentirá por você o mesmo que você sente pela sua mãe. Espero que você possa quantificar a importância e responsabilidade disso e daí se renovem suas forças e alegrias. Amo você amiga. Sempre.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

E o ano começa...

Em geral, minhas metas de final de ano foram alcançadas. Não fui ao dentista, nem ao Saara, mas irei agora em janeiro. Minha casa e quarto estão em ordem, ufa! Ao final da arrumação, foram mais de dez sacolas grandes entre roupas, sapatos, bolsas e brinquedos, para doação. Começo 2012 mais leve. Em todos os sentidos, pois a dieta vai muito bem obrigada.

Decidi abrir mão da empregada depois de encontrar muitas "surpresas" durante a minha faxina. Vou optar por uma faxineira, vai ser mais útil e com isso me obrigo a manter as coisas em ordem no dia a dia.

Como não estava trabalhando oficialmente (pois no fim das contas trabalhei mais do qualquer outra coisa nestes últimos dias), dispensei a creche e fiquei com a pimpolha em casa. Foram muitas risadas, broncas e apertões gostosos. O desfralde vai lindo que só! Em casa Nina nem usa mais fralda, só para dormir. O xixi ela acerta sempre, já o número dois tem encontrado percalços. Nada grave.

O Natal foi fofo. Nina curtiu muito. Acordou na manhã do dia 25 e ficou boquiaberta com os presentes que "brotaram" na árvore. Abriu e se divertiu com seu guarda-chuva, previamente encomendado ao bom velhinho. Curtiu também seu minifogão e foi logo fazendo um arroz com feijão para a mamãezinha aqui. Depois correu até o canto da sala, agarrou o Papai Noel e soltou:

- Bigada Papai Nuel!

Ainda carregou o cara, arrastado pelo gorro, para conferir de perto e dar seu aval sobre os novos brinquedos.



Agora uma dica! Durante meu Surto Psicótico Organizator Tabajara, me encantei com a caixinha abaixo:


Nina precisava de espaço para organizar seus brinquedos, mas minha intenção era manter todos eles acessíveis, afinal ninguém brinca com brinquedo guardado no alto do armário! Essa caixona aí, além de organizar, serve para dar uma graça ao quarto dos pequenos. Recomendo.

Mandei também tingir a cortina do quarto da Nina, pois por conta da chuva chaaaaata que se instalou no nosso país tropical, a bendita, que era branca, acabou toda manchada. O problema é que ela tinha o fundo claro com vários pontos coloridos. Com as gotas acabou manchada das mais diversas cores. Precisava tingir de uma cor forte, para cobrir tudo, mas sem fugir muito dos tons que ela já tinha... Acabei optando pelo laranja e agora minha filha tem cortinas cor de gari! Um luxo.



O problema é que o quarto ficou mega ultra colorido e pode cegar os mais desavisados que olharem para a janela em uma tarde ensolarada. Cuidado. Agora ando em busca de colchas neutras, bem neutras para a cama. Estou na dúvida também se devo substituir o tapetão do quarto, colocando algo mais clean... Falta verba, povo.

Essa portinha cheia de adesivos também faz parte das nossas artes de final de ano e Nina A-M-O-U. Amou colar os bichinhos, amou o resultado e amou poder mostrar sua "obra" para os visitantes. Conversa e tudo com a bicharada.


Por fim, descobri que minha filha tem medo do lobo, mas se amarra na bruxa. Talvez pelo primeiro motivo ela tenha passado a chorar na madruga e pedir para dormir na minha cama. Não me importo, mas confesso que me falta espaço. Outro dia, colocando ela para dormir, o quarto já escuro e ela começa:

- Cadê ele, mamãe?
- Ele quem filha?
- O lobo.
- Tem lobo aqui não Nina. Só na historinha.
- É? Tem lobo ati não?
- Não.
- Tá. Mas cadê ele?
- Filha, não tem lobo. Aliás aquilo tudo é fantasia, de mentirinha. Na verdade o lobo e a chapeuzinho são super amigos. Ele é tipo um cachorro. Como a Pietra.
- É? Tá. Mas cadê ele? (enquanto procura embaixo da cama...)