quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Ser mãe é moleza

Na verdade, esse título só faz sentido, quando a frase está completa.

Ser mãe é moleza, desde que você esteja casada com ele:


Isso porque, meus queridos, não há criança no mundo, nem recém-nascida, nem começando a andar, nem na época do desfralde e do temido, terrível, argh, nojento penico, que dê mais trabalho do que este ser, também conhecido como meu marido. Já tinha notado a semelhança física, mas desde que assumi meu compromisso de ano novo de manter a casa em ordem, percebi que o buraco é mais embaixo. Confesso que tenho encarnado a Amélia em muitos momentos. Tudo bem, trata-se de uma Amélia repaginada, com vaidade e nada submissa, mas que vive pegando no pesado. Jornada dupla total. E juro. A bagunça dele, coloca a da Nina no chinelo.

Fico ali matutando e cada vez mais me convenço que o Shrek foi sim inspirado nele. Já até imagino o cara da DreamWorks passando as férias no Brasil, dando um rolé na praia de Ipanema e dando de cara com a versão humana e menos verde do amado ogro. Neste momento uma luz se acende na sua cabeça e meses depois, Shrek estoura nos cinemas.

Na última semana, ouvi dele a seguinte pérola (com tom de reprovação e emputecimento):

- Cara, você precisa respeitar a minha individualidade. Essa organização toda não é prática. Imagina se toda vez que eu precisar de um sapato tiver que abrir o armário, a gaveta e abaixar para pegar? (Oi?)
- Isso não é normal?
- Não.
- E qual é a sua sugestão?
- Deixar os sapatos aqui do lado da minha cama. Empilhados. (Oi?Oi?Oi? - Morri!)

Fala aê. Faço o que nessa hora?

A) Atendo a solicitação e empilho os sapatos ao lado da cama.
B) Guardo ele na gaveta, tranco o armário e jogo a chave fora.
C) Paro de lavar as roupas dele em sinal de protesto.
D) Promovo uma rebelião com a Nina e taco fogo nos colchões.
E) B, C e D estão corretas. A, jamais.

Vou aproveitar o momento e mandar um alô para minha sogra em sinal de admiração. Afinal, ela sobreviveu ao maridin em versão criança. Imagina o caos? Pior: ela sobreviveu ao maridin em versão criança, com mais dois filhos homens, também crianças na casa. Imagina o caos II?

A verdade é que tendo em vista o trabalho e tempo gastos com meu Ogro particular, não posso nem cogitar outro filho. Não vou dar conta. Eu podia tirar uma fotos e colocar uma câmera escondida filmando as situações do dia a dia, publicar aqui e talvez ele nem soubesse. Ele não lê o blog. Não entra na internet e, muitos menos acessa o Facebook. Aliás, se você conhece a peça e ele te adicionou nos últimos tempos no Face, relaxe, não é um perfil fake, mas ele tem um Personal Facebooker Tabajara que faz o serviço pra ele...

O meu Shrek é excluído digital e mora em seu pântano. Assim como no filme. Eu sou a Fiona. Linda, magra e princesa que conhece o Ogro. Se apaixona e assume sua forma nem tão linda, nem tão magra, ainda princesa, mas agora também verde. 
E segue tentando colocar ordem no Pântano e nos mini ogros. No meu caso, graças, é só uma e do sexo feminino.

Um comentário:

  1. Adorei o post, ri sozinha aqui na sua frente e até me identifico um pouco pois também tenho um Shrek em casa! Só não concordo com a parte da sogra! Sendo mãe e achando que tudo que acontece com os filhos normamente é culpa da mãe, ela é a grande culpada! Mereceu cada dia de convivência com o ogro que criou!

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