quinta-feira, 30 de junho de 2011

Falando Ninês

Sabe quando dizem que só a mãe entende o que os filhos falam? Então, pra ajudar nossos amigos e familiares próximos que aqui nos leem, fiz um breve glossário das palavrinhas preferidas da Nina.

Obs: Essa lista é completamente mutável e não representa cópia fiel da realidade, ok?


Abi = Abrir
Au-au = Cachorrros em geral
Bain = Banho
Balina = Bailarina
Biss = Bisa
Bólha = Bola
Cacaco = Macaco
Cacavo = Tatavo
Cái = Sai
Coito = Biscoito
Delela = Cinderela
Dido = Dindo
Dinda
Eitinho = Leitinho
Ia: Vic (cachorrinha da Vovó)
Iu = Caiu
Maííínn: Euzinha
Manêro = Banheiro
Miau = Gatinhos
Não
Pabo = Pablo dos Backyardigans
Pantinha = Plantinha
Papá = Comida!
Papai
Patía = Pietra
Pepê = Chupeta
Potá = Colocar ou Patati e Patatá
Vovó
Vovô
TÁ-TÁ-TÔ = isso ela repete o tempo todo, perambulando pela casa, enquanto dá uns pulos... ainda não descobri o que é... Alguém tem uma dica?

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Mini Alice

Hoje vou contar uma história minha. De quando eu, euzinha, era uma mini Alice. Esse causo é famoso lá em casa e mami vive contando pro povo, repetidas vezes, sabe como é mãe, né? Sem noção que só, rs!

Então estávamos lá em casa, eu mamãe e Pedro. Já apresentei o Pedro por aqui? É um dos meus muitos irmãos. É o mais velho. Nessa época éramos só nós dois.

Morávavamos em Jaca City (Jacarepaguá) e se hoje ainda tem gente que acha longe, naquela época era o fim do mundo mesmo. Eu devia ter 1 ano e pouco, no máximo 2 e estava lépida e fagueira brincando no nosso quintal. Mami se deu conta que eu não estava em seu campo de visão e perguntou:

- Pedro, o que a sua irmã está fazendo?

Pedro, educadinho a beça, foi conferir.

- Alice, o q cê tá fazendo?
- Dicaicando a azitona.

Pedro volta e avisa mamãe que joga os tomates e cebolas para o alto enquanto corre desesperadamente para me encontrar quase colocando na boca a tal "azitona". (A parte dos tomates e cebolas para o alto eu inventei para dar mais glamour).

O fato é que lá estava eu, com um besouro na mão, já sem nenhuma pata, pois já tinha tirado todas enquanto o "descascava" para comer.

Mãe muito obrigada por evitar esse trauma na minha vida. Poderia ter detestado azeitona para o resto da vida. Olha que desperdício! Ou ter quebrado meus dentinhos, já que besouro é duro pacas.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Cenas de um feriado prolongado

Cena 1

Mamãe chega na quarta-feira animada, quinta é feriado! Nina finge que não foi avisada, acorda durante a noite e bem cedo no dia seguinte. Bora pra sala, brinquedos no chão, monta, desmonta, mamãe-zumbi.

Papai levanta. Mamãe troca o turno. Nina vai na casa do vizinho e aproveita para almoçar, duas vezes. Eles voltam, mamãe levanta, papai almoça e Nina almoça com ele de novo. Mamãe vem com sua sopinha, de dieta (pois é, ando passando fome), e adivinhem??? Nina quer a minha sopa!

Prevenida que sou, trouxe uns biscoitos maizena, que ofereço e ela aceita na hora. De repente, num milionésimo de segundo, ela esmigalha o biscoito em mil pedaços e atira na minha sopa. E depois come.

*****

Cena 2

Nina não dorme bem. Mas é uma noite razoável. Acordamos para nossa farra habitual, coreografias na frente da TV, puxadas de orelha mais abraços na Pietra. Tomamos café.

 - Quer um Toddynho filha?
 - Qué!

Entrego pra ela, tomo meu iogurte diet.

- Maííín.
- Que foi filha?

Ela esfregando a barriga marrom de toddynho, o chão idem e me olhando com aquela cara de "não sei o que houve".

*****

Cena 3

Vovó está chegando pra pegar a Nina, vai passar o dia com ela. Está tudo pronto. Mochilinha, criança arrumada e cataploft, entrego minha filha com um roxo na testa.

*****

Cena 4

Maraaasmo.... Nina só volta no outro dia.

*****

Cena 5

Maraaasmo + sala arrumada.

*****

Cena 6

Soninhoooo.... opa! Volta minha espoleta! Brinquedos no chão em 10, 9, 8, 7, 6 ....


*****

Cena 7

Nina dorme a noite toda! Brincamos pela manhã, depois ainda tiramos mais um cochilo antes de ir passear na casa da bisa. Papai vai andar de skate. Vamos visitar a priminha que tem pouco mais de um mês. Quando estamos lá na bisa, quase saindo, toca meu telefone, é o papai:

- Alice, caí andando de skate. Estou no hospital. Vou entrar no centro cirúrgico. Vem pra cá.
- Whaaat, baby???

E assim fechei meu feriado, num hospital público, aonde ninguém te diz nada e os "procedimentos" nunca terminam.

Em tempo(1): não aconteceu nada de grave, o ombro saiu do lugar, mas como não conseguiram recolocar, tiveram que anestesiá-lo no centro cirúrgico para fazer o tal procedimento que demorou séculos.

Em tempo(2): é ou não é perigoso andar de skate??? Hein? Quem é a maluca de não deixar levar a baby??? Hein, Hein???

sábado, 25 de junho de 2011

Day off

Nina foi passar o dia ontem com a vovó. E a noite também (sorriso malicioso nos lábios, hehehehe, pensando em dormir uma noite inteirinha, sem interrupções, ai, ai).

Daí que a gente dispensa os filhotes, mas passa o dia todo pensando neles. No que fizeram, em como fizeram, se estão se divertindo, se fizeram alguma gracinha nova... mas foi bom, passei um dia todo de bobeira, cochilando, aqui e ali. Sem obrigações. Até que foi legal. E dormi pacas.

Aí acordo hoje já pensando em como foi a noite da pequena. Falo com a minha mãe:

- E aí, ela dormiu?
- Dormiu. 10 horas seguidas.
- Sem acordar?
- Sem acordar.

Vem cá, é pessoal o negócio?

sexta-feira, 24 de junho de 2011

A Anta

Nina anda super engraçada nessa fase "dormindo pouco". Não sei se tem a ver com a falta de sono ou se essa graça toda é dela mesmo. Por outro lado, acho que ela anda com alguns problemas cognitivos...
Ontem estávamos assistindo ao canal Rá Tim Bum e começaram a falar sobre a "Anta", o animal. Mostraram um vídeo do bicho e ela na mesma hora gritou: Patía, Patía (agora a Pietra é Patia, já mudou de novo).

Pô, sacanagem... compara aí:

ANTA:


PIETRA:


Nina tem ou não problemas? É pra me preocupar?


quarta-feira, 22 de junho de 2011

Oração

Querido Papai do Céu,


vou plagiar o meu ÍDALO Chico e te dizer que a coisa aqui tá preta.
Minhas olheiras ultrapassaram a região considerada dos olhos e atingiram as bochechas.
Minha cutis de pêssego foi pro cacildis.
Então, por favor, faz a bichinha dormir direitinho, faz?
Eu sei que alguns globais, como Miguel Falabela, só precisam de 5 minutos de sono por noite, mas eu não!
Sou uma pessoa comum, fraca, de carne e osso (mais carne do que osso) e preciso desse descanso, tá?
Essa coisa de acordar às 2 da manhã e só dormir de novo às 4, toda noite, está acabando com essa pobre mãe que vos fala. Até porque eu acordo perto de 6 para trabalhar...
Eu entendo que mãe sofre mesmo, que meu começo com a Nina foi muito tranquilo e me gabei um pouco disso, mas prometo Papai do Céu, prometo que fico quietinha que não falo mais nada sobre a fofura da minha filha que dormia a noite toda. Vai ser nosso segredinho, tá?
Quebra esse galho e não te peço mais nada até o próximo filho!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O Sono

Sem dúvida, de todas as coisas que abrimos mão quando viramos mães a que mais me faz falta e me deixa perdida é o bendito do sono. Aquela liberdade de poder dormir até quando o corpo precisa, ininterruptamente. Ou aquele cochilinho básico nas tardes de um domingo... ai, ai, saudades. Depois de 1 ano e 5 meses já não sonho mais com os cochilos da tarde. Sonho apenas em acordar às 9 da manhã no final de semana. É PEDIR MUITO, MEU DEUS???

Nina não teve muitos problemas com sono, mas eu sou muito dorminhoca, então sofro...

No começo é aquela loucura, mama toda hora, um pouco desregulada, mas com uma semana, mais ou menos, ela dormia 5 horas seguidas de noite. Pelo que ouvia e lia por aí, era bom. Ela dormia tarde, por volta das 2 horas da madruga e ia até às 7. Aí mamava, dormia de novo e íamos nesse ritmo até perto de meio dia. Era aquele soninho pingado, eu ficava morta, mas no fundo acho estava ótimo.

Por volta dos 6 meses, tentei seguir uma rotina, porque ela decidiu mamar mil vezes de madrugada e eu já tinha voltado ao trabalho, não tinha condições de acordar a cada 2 horas. Eu chegava em casa e já colocava ela no peito. Depois ela mamava de novo, perto de 8 da noite, e dormia às 9 (até hoje ela dorme nesse horário). Como ela já jantava, passei a dar o peito só uma vez de madrugada. Nas outras vezes que ela acordava, eu só ia lá, dava um colinho, chamego, chupeta e ela dormia. Rapidinho ela aprendeu. Alívio.

Antes de 1 ano ela já dormia a noite toda e eu achando o máximo! O problema agora era que ela dormia cedo, logo acordava cedo, independentemente do dia. Então nos finais de semana, a bichinha estava de pé antes das sete da manhã. Como a mamã aqui sempre foi noturna (não consigo colocar ela na cama e ir dormir) minhas horas de sono ficaram reduzidas. Mas tudo bem. Já estava aprendendo a conviver com isso.

Daí que agora ela entrou numa onda diferente. Tipo carência noturna, sabe? Acorda de madrugada me chamando. Chora, senta no berço. Quando eu entro no quarto não aceita deitar na cama, quer colo. E quando eu pego me abraça forte, como se não me visse há séculos. Eu fico com dó. Tadinha. Aí vou lá, pego no colo, deito com ela na caminha que tem no quarto, espero ela dormir. Coloco no berço. Uma hora depois, tudo de novo. Ah que peninha... E continua essa rotina por dias, achei que fosse por causa da gripe. E quando pego no sono... "Maííín, maííín, maííín". E lá vou eu, coitada, mamãe tá aqui.

Depois de um tempo, no domingo...

- POR QUE ELA NÃO QUER DORMIR MAIS??? O QUE EU FIZ??? BUÁÁÁÁÁ!!! (Fico sensível com sono, ok?).
E o papai:  - Você tem que deixar ela chorar um pouquinho, até dormir...
 - NÃOOOO, NÃO POSSO DEIXAR ELA CHORANDO, ELA ESTÁ SENTINDO MINHA FALTA, BUÁÁÁÁÁ (mais drama).
- Vou levar ela pra praia então pra você descansar e depois pra andar de skate comigo nas Paineiras.
- Como assim? Sem mim? Mas quem vai tomar conta dela???
- Ué, na praia eu fico com ela. E nas Paineiras a gente reveza, cada um olha de uma vez.
- Reveza? Tá achando que minha filha é bastão de atletismo? Nem pensar. Nina largada por aí, na mão sei lá de quem.
- Pô Alice, você reclama que está cansada, mas também não quer largar a menina.

É. Não quero largar a menina. Mães são loucas não sabia? Reclamo, mas ela fica!

Tô errada? Praia + skate nas Paineiras foi demais pra mim...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Minha 2ª gravidez

Calma galera. Não estou grávida! Também não pretendo ficar por enquanto, a creche anda pela hora da morte. Mas sim, quero muito ter outro filho e ficar grávida de novo. Não pela minha experiência barriguda ter sido maravilhosa e sim para tirar a má impressão da primeira.

Poxa, eu sempre quis ser mãe e ficar grávida, acho liiindo de doer mulher grávida, mas definitivamente não foi o que rolou no meu caso. Pra começar minha cara inchou logo no primeiro mês. Sabe cara de sono? Era minha expressão constante. Como eu não estava nem casada e nós resolvemos juntar os trapos, foi aquela correria pra achar apartamento, comprar tudo, decorar e eu não tive tempo de fazer tudo que eu queria grávida.

Eu não fiz uma preparação com doula (aquelas mulheres que te ajudam antes, durante e depois do parto, sabe? Te preparando para esse momento especial e para a nova fase da vida). Na verdade eu não fiz preparação nenhuma. Não li diversos livros sobre o assunto e a única coisa que sabia era que queria ter um parto normal. O que, no fim das contas, também não aconteceu.

Sendo assim não me resta nenhum relato de parto lindo pra contar. Nenhuma contraçãozinha pra sentir. Nada. Nadinha. Neca de pitibiriba. Nas vésperas da Nina nascer, eu sonhava em acordar de noite sentindo dor e pensar, "chegou a hora", mas a tal dor não veio. E olha que esperei até 41 semanas. Podia ter esperado mais? Sim, mas minha médica não achou seguro. Fiz uma ultra que indicou que ela tinha 4,5kg (estava errada e ela nasceu com 3,8kg) e não tive nem 0,0000001cm de dilatação.

Claro que isso não quer dizer que a chegada da Nina não tenha sido emocionante, claro que foi, mas não foi como eu sonhava. Os pontos doeram pacas e fiquei cheia de gases. Achei a vida de mãe nada glamourosa, tá? O que me faz querer cortar os pulsos quando vejo a foto dessas celebritys nas revistas, tipo "fulana, apresenta o herdeiro". E elas maaaagras. Lindas e sem olheiras.

Tá, isso não é a vida real. Pelo menos não de uma pobre mãe, sem babá e com um bebê que mamava de hora em hora.

Eu não cuidei da minha alimentação e engordei legal. Comia tudo que tinha vontade. Resultado, gulosa como sou, continuo com o comedor aberto e não consigo voltar ao meu peso pré-Nina. Cada vez acho essa missão mais impossível, mas como esperança é a última que morre, minhas calças jeans continuam todas lá no armário.

Nessa foto aí em cima eu tinho só 5 meses de gravidez... agora imagina o tamanho que essa barriga ficou?

Tudo isso, meus caros, não me fez desistir de uma nova gravidez, mas sim, me fez pensar em tudo que vou fazer diferente na próxima. Porque ver o bebê crescer e se movimentar aqui dentro é uma sensação única e que vale a pena ver de novo!

Pra não esquecer, vou deixar aqui registrados meus 10 mandamentos para a próxima barriga, venha ela quando vier:

1) Farei exercícios físicos. Caminhada, musculação, o quer me for permitido. Quero ser uma grávida de braço fino, ok?
2) Não comerei como uma louca. Pretendo inclusive procurar uma nutricionista.
3) Vou me preparar para o parto normal. Não quero mais passar pela cesárea. O parto normal vai doer também? Vai. Mas não vou ficar imóvel numa cama, sem poder mudar de posição, com um bebê querendo passar a noite no peito.
4) Vou cuidar mais de mim e investir em coisas que façam eu me sentir bem, como roupas adequadas para o meu estado interessante. Ao invés de aproveitar o que cabia em mim e usar repetidamente durante toda a gravidez.
5) Vou tirar mais fotos. Muitas fotos e levar mais vezes a barriga a praia.
6) Vou me programar para que meu baby não nasça no verão. Quase morri de calor no Rio de Janeiro.
7) Vou ler mais livros. Sobre tudo. Li pouco na gravidez da Nina.
8) Vou dormir ainda mais. Na primeira vez ainda lutava contra o sono. Na próxima pretendo me entregar a ele de corpo e alma (claro, sempre que a Nina deixar!).
9) Vou preparar tudo do bebê com calma e sem correria e só comprar o essencial.
10) Vou relatar tudo aqui no blog!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Repaginada

O blog está de cara nova! Ficou fofo e eu amei. Obra da minha querida amiga Lud que além desse cabeçalho e fundo, fez algumas outras opções para mim.

Eu sou uma pessoa volátil, sabe? Eu enjoo até de olhar todo dia pra minha cara, então se vocês entrarem por aqui e repararem que um dia o blog está rosa, no outro azul e mais adiante amarelo, relaxem. É TOC e eu não consigo me controlar!

A boa é que com as criações da Lud, ele sempre vai ficar lindo, não importa a combinação.

Beijokas em todos!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Cabeça de cupcake!

Hora do lanche, minha fome não pára. Aí lembrei que queria procurar uma receita de cupcake gostosa, eu já provei alguns, mas sempre acho meio seco. Aí sabe como é, né? Uma busca leva a outra, comecei a olhar imagens de cupcakes no meu querido Google e lá pelas tantas, me deparo com isso:


Um gorro de cupcake! Uma cabeça de bebê, forrada de cupcake. Claro que já imaginei a careca linda da minha filha coberta por esse achado.

Está a venda na Etsy, olha o link http://www.etsy.com/listing/11185474/fuzzy-rose-pink-baby-cupcake-hat-0-6. São da Artology e tem diversos tamanhos e cores. Tem outros modelos também!

Dá pra resistir?

terça-feira, 14 de junho de 2011

Bia Bedran e o chororô da madrugada

E Nina ficou doente. Nada demais, uma gripe, mas ela NUNCA fica doente então logo estranho. Se eu acreditasse em olho gordo ia dizer que foi isso porque gritei aos 4 ventos que minha fillha era o exemplo de criança saudável e que nem gripe ela pegava. Pois bem, pegou. Não foi o olho gordo, eu sei. Foi vírus mesmo.

Aí começa assim, um narizinho escorrendo aqui, uma tossezinha ali e de repente esse nariz não para mais de escorrer e de tanto limpar já fica machucado, coitada. Mas ela vinha bem, serelepe que só, nem aí pro melequê. No domingo ela já ficou mais chatinha e manhosa. Colinho pra lá e pra cá, estava cansada, foi dormir às 9 da noite, como de costume. Perto de 11 horas ela acorda aos berros. Berros mesmo. Parecendo que estava com dor. Corro pro quarto, pego no colo, não tem febre. O chororô continua. Levo pro meu quarto, tento fazer ela dormir, não quer. Tento dar a chupeta, não quer. Mamadeira, nananinanão!

E grita "sai" enquanto joga a chupeta pra longe aos prantos. O pai sugere levar ela pra sala pra brincar e depois ela ia relaxar. Não adianta. Ela brinca um pouco, depois volta a chorar, perambulando pela casa. Volto a pegar no colo, tento acalmar a bichinha, nada. Fico morta de cansaço, tenho que levantar às 6 da manhã, entrego pro papai e vou deitar. 30 segundos depois, fico com remorso e pego ela de novo. Nesse vai e vem, colo e chão, brinquedos e Backyardigans, já estamos de madrugada. Percebo que minha calma já não está mais comigo e foi-se para um lugar distante. Entro numa onda de que meu nervosismo está passando pra ela. Sabe aquilo que escutamos das pessoas, principalmente quando estamos há 800 horas sem dormir, com o cabelo em pé e um recém-nascido aos berros no colo? Pois é. Entrei nessa onda.

Respirei fundo. Lavei meu rosto. Apaguei a luz do quarto, peguei a fofucha no colo, chupeta em punho e comecei a cantar Bia Bedran. Bia Bedran sempre me salva nos momento de desespero, ela foi professora de música na minha escola quando eu era criança e as musiquinhas me deixam de bem com a vida.

Pedala, pedala
Pedala, pedalinho
Me leva prá longe
Bem devagarinho
O mar tá bonito
Tá cheio de caminho
Pedala, pedala
Pedala, pedalinho...


O chororô continua, mas não me abalei dessa vez. Ficamos ali, eu, ela e a Bia Bedran, em pensamento é lógico.

Perdi meu anel no mar
Não pude mais encontrar
E o mar me trouxe a concha
De presente prá me dar


Ela foi se acalmando, pegou a chupeta, ficou lá me ouvindo, deitou a cabeça no meu ombro, dormiu. Ainda fiquei ali cantarolando um pouco, com a pequena no colo, sentei na cama e pensei em dormir sentada só pelo medo dela acordar de novo, mas não, coloquei no berço e ela dormiu. Ainda acordou mais uma vez na madrugada, mas aí bastou um abraço e ela dormiu de novo.

Deitei na cama, puxei a coberta, fechei o olho e... opa! Hora de trabalhar. Ok, vou dormindo no ônibus.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Trava língua

Gente como é rápido. Outro dia estava aqui falando que a Nina tinha preguiça de soltar a língua e agora a pequena desandou a repetir TUDO que a gente fala.

De manhã no caminho pra creche ela sai gritando:

- Caú (carro)
- Pantinha (plantinha)
- Bubu (urubu)
- Au-au

E aponta pra mim:

- Mamãe!

Aponta pro pai:

- Papai!

Aponta pra si própria:

- Nina!

Uma delícia. Ela já fala "dinda" e chama os personagens do Backyardigans pelo nome (Uniqua fica um pouco difícil de falar, mas ela se esforça). Pietra virou "Patê" e até "coca" ela falou repetindo o eu dizia enquanto tomava uma coca zero. Ok, ela falou coca, mas não ganhou coca, tá? Continuo fugindo dos refris. Pelo menos enquanto posso.

Eu faço ela repetir as palavras mil vezes, até a hora em que ela começa a falar "naim, naim" pra tudo que eu peço. Fazer o que, gente? Não me controlo com tanta fofura junta. Estou achando ela um gênio, ok?

Beijinhos procês!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Minha primeira filha

Alguns anos antes da chegada da Nina, eu já tinha adotado uma filha de quatro patas chamada Pietra. Acompanhei toda a gravidez da mãe da Pietra, a nossa querida Joana (mais conhecida como Gorda-Gorda) e pedi a ela uma filhote cor de chocolate. Não é que veio? Só uma. E destinada a mim.


Levei Pietra pra casa ainda bem pequena, antes dos dois meses de idade e aguentei longos períodos de choros, ganidos, xixis e cocôs sempre fora do lugar. A minha cachorrinha fofa comeu todos, ouçam bem, TODOS, os meus sapatos fechados. Me restando apenas as sandálias para usar no inverno. Ela roubou comida, derrubou o lixo, comeu meus batons e minhas canetas. Coisas que ela faz até hoje, diga-se de passagem. Graças a Deus, Pietra não liga para móveis, então os lá de casa continuam intactos. Ela também aprendeu o lugar de fazer suas necessidades e devido ao seu olhar sedutor, não a atirei pela janela.



Eu mimei a pequenina desde o dia em que ela chegou lá em casa. Ela dorme na minha cama, de conchinha, debaixo do edredom. Ela sobe no sofá, na poltrona e a casa é dela também ou era... Quando a Nina chegou, Pietra foi deixada um pouco de lado. Deixou de ser o foco de atenção quando entramos em casa e não brincamos tanto com ela quanto brincávamos antes. No quarto da Nina ela não pode subir na cama e durante um breve período, não podia nem entrar. Esqueço de levar ela para cortar as unhas e os passeios ficaram mais escassos. Ouvi muita gente dizer: "ela vai morrer de ciúme".

Mas quer saber? Minha Pietra é o máximo e bem resolvida. Ela aceita todas as brincadeiras estúpidas da Nina, que a chama carinhosamente de "Patê". Incluindo puxar orelhas e rabo e montar nela para fazer um pocotó básico. Ela entra no quarto quando a Nina está dormindo para conferir se está tudo ok. Faz festa para a pequena quando ela chega em casa e divide com ela os biscoitos maizena.



Ok, nem tudo é perfeito e ela roubou e mastigou alguns brinquedos da Nina. Também tem uma predileção por fraldas sujas e se não jogarmos o troço direto na lixeira, ela pode atacar quando ninguém estiver olhando. Mas a verdade é que minhas duas filhas são lindas e se amam! Assim que Nina dorme, eu sou toda da Pietra, são carinhos mil e muitos afagos. E enquanto uma pequena descansa no berço, a outra continua comigo, de conchinha, debaixo do edredom.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

"Pras pessoas de alma bem pequena"

Como eu disse, esse post seria sobre amamentação. Mas, infelizmente, não foi como eu queria.

A minha intenção era falar sobre a minha experiência, que não foi fácil, mas foi maravilhosa. Sobre as dicas que considero importantes, sobre os cuidados que podemos ter com os mamilos, sobre bombas para tirar leite, armazenagem e informações realmente relevantes para nós, mães.

O problema é que fui atropelada por uma enxurrada de absurdos sobre o tema, que tiveram início após o "Mamaço" (manifestação realizadas por mães, após uma mulher ter sido impedida de amamentar seu filho no Itaú Cultural, em São Paulo). Além do artigo ridículo do João Pereira Coutinho, publicado na Folha Online, ainda teve uma péssima manifestação do "super influente no Twitter" Rafinha Bastos, do CQC.



A opinião desses homens, pois todas essas bobagens do tipo "mulher que amamenta em público quer na verdade é botar o peito pra jogo" foram ditas por homens (meninos, eu ainda tenho esperança na espécie e acredito que isso não é um senso comum), é tão, mas tão absurda que me faz pensar apenas em duas hipóteses:

1) Rafinha Bastos, João Pereira Coutinho e simpatizantes não foram amamentados por suas mães (será que eles têm mãe?). Isso causou uma frustração enorme nos coitados. Eles colocam pra fora seus problemas repudiando as mães que amamentam seus filhos. Para eles isso é um ato que deve ser feito escondido, no quarto escuro, dentro de casa, para não causar sofrimento em homens que como eles, tadinhos, não conseguem suportar a imagem de um ato de amor tão incondicional e natural como é uma mãe amamentar seu filho.

2) As piadas e assuntos acabaram. "Ai meu Deus! Como vou ganhar audiência??? Será que todo mundo já reparou que eu sou um idiota??? Acho que vou polemizar dizendo que essas mães que amamentam seus filhos em público querem na verddae é provocar os homens. Porque peito só serve para ser chupado durante o ato sexual e por mim! É um absurdo essas mães ficarem colocando essas tetas pra fora impunemente. Aí, fazer piadas sobre assuntos que vão além da minha capacidade de compreensão é tão legal... ai como eu sou foda".

Sendo assim, de acordo com a segunda opção eu não deveria nem estar dando ibope para essas criatutas, mas me juntei a outras mulheres, como a Lola que, como eu, achou isso tudo desprezível demais para ser ignorado.

Sabe, se esses dois fossem meus filhos eu agora estaria completamente decepcionada, mas como as mães não desistem nunca de suas crias, iria com certeza colocá-los de castigo:

- "Vamos simbora pedir desculpa para todas as pessoas que tiveram que ouvir esse monte de asneira que vocês falaram!"
- "Mas mãe???"
- "Sem mais menino! Não quero ouvir mais nem um pio sobre o assunto."