Quando Nina nasceu era um bebê loucamente esfomeado. Já nasceu com quase 4kg e mamava quando queria, o que significava TODA hora. Mamando de hora em hora, em média, e considerando que quando acabava de se deliciar com o leitinho da mamãe aqui (e de esfolar meus peitinhos de vez), tinha que colocar a pequena pra arrotar, ver a fralda, blá, blá, blá, me sobravam entre 20 e 30 minutos de descanso entre cada mamada. Com uns 15 dias de vida, meu peito já estava ótimo, nada de dor, tudo lindo e Nina foi ficando mais tranquila também, começou a espaçar mais e variava os horários. Dando entre duas e três horas de intervalo. Achei uma benção divina. Mesmo assim, era desesperada, quando agarrava o peito mamava como se não fosse a última vez na vida.
Quando ela provou a primeira fruta, banana, foi paixão à primeira vista. Ela tentou mamar a colher, mas logo entendeu do que se tratava. Com dentes desde os quatro meses, senti que a criança tinha nascido para comer! Com a papinha salgada foi mais complexo porque inicialmente ela NÃO gostou, cuspiu em mim e ficou P#@4 da vida por eu estar lhe oferecendo aquele trem. Isso durou algumas tentativas até que, de repente, ela se apaixonou pela coisa. Os segundos que eu levava para preparar uma colher eram motivo de choro, sempre. Ela queria tomar sopa na mamadeira, eu acho. Só para não interromper o fluxo.
Assim fomos nós, bem gulosas (mãe e filha), boas de garfo, comendo tudo e de tudo, sempre. Mesmo quando passamos para a comida de pedaços, ela encarou numa boa e NUNCA em sua agenda da escola veio marcada alguma opção diferente de "BEM" para as refeições (lá eles relacionam se a criança comeu bem, regular, pouco ou recusou).
De uns tempos para cá, no entanto, venho reparando que Nina não é muito chegada em carnes. Seja de frango, boi ou porco. Acho que rola uma preguiça de mastigar. Ela gosta de linguiça, já comprovei em churrascos e nas pizzas de calabresa, mas de resto sempre enrola e dá um jeito de não comer. Como não rola se jogar de corpo e alma nas linguiças, o negócio é picar tudo bem pequeno e misturar no feijão com arroz, que ela AMA. Ovo também vai bem e substituí a proteína da carne. Tomate está entre os favoritos e, em geral, ela não implica com os "verdinhos". Mesmo assim senti que ela começou a querer comer mais bobagens* (que eu evito bem e libero mais nos finais de semana. Mas, balas, pirulitos, refris e "Fandangos" nem que a vaca dance tango de salto alto, ok?) e anda dando uma enrolada na comida.
*Entre as bobagens que libero nos finais de semana estão a batata-frita, o chocolate e o doce de leite. Mas quem, quem em sã consciência, resiste ao trio?
De início fiquei preocupada com a diminuição no tamanho dos pratos dela, principalmente porque ela comia pratos de papinha do tamanho dos meus, mas depois parei e pensei que ela não cresce mais como antes (bebês engordam cerca de 1kg por mês e ganham centímetros como quem troca de roupa). Nina agora mais cresce do que engorda e mesmo assim mantem uma barriguinha saliente. Acho que é normal essa redução no prato, né? Ela come de acordo com as necessidades dela. De vez em quando faz uma manha e quer trocar o almoço por pipoca.*
*Mea culpa total. Diante do pezinho bichado, dos 39º de febre e da recusa em comer, tomar um leite ou qualquer coisa, deixei ela substituir o almoço por um balde de pipoca que devoramos juntas vendo Monstros S.A. (só para variar um pouco a programação).
Depois lembrei do meu irmão quando era criança. Do tempo que se gastava para ele comer três grãos de arroz e de como ele sofria na hora da comida. Era quase como mandar o menino pro castigo.
É, diante disso, acho que a redução do prato é pinto e Nina continua sim boa de garfo, ops, de colher!
Imagem daqui.