segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Trabalhar ou não trabalhar, eis a questão

Hoje li dois posts que falavam sobre o papel da mãe após o nascimento dos filhos: um foi no blog da Paloma e outro no MMqD.  Trabalhar ou ficar em casa para se dedicar à educação das crianças? Qual é a melhor opção?

O fato é que acho essa discussão bastante complicada, pois cada família possui uma estrutura específica e necessidades idem. Só por esse motivo os rótulos já não são bem vindos. Em alguns casos a mulher pode abrir mão do trabalho para se dedicar aos filhos, sem que isso atrapalhe seu sustento. Em outros ela precisa parar de trabalhar pois não tem ninguém que possa ajudá-la com as crianças e pagar uma boa creche pode ser bem caro. Para algumas mães, no entanto, abrir mão do trabalho pode não ser uma opção viável. Para mim não era.

Nina começou a fazer adaptação na creche aos 3 meses e meio. Ficava 4 horinhas lá e voltava para casa. Ela não estranhou e não chorou nem uma vez sequer. Eu chorei. No primeiro dia. Pouco antes de completar 5 meses eu retornei ao trabalho e as 4 horinhas se transformaram em período integral. Não deixei ela largar o peito porque foi para creche e isso me rendia um mega esquema de potes e mais potes de leite congelado, fora a bombinha manual que me acompanhava sempre, juntamente com a bolsa térmica cheia de gelo para acondicionar o leite tirado no horário de trabalho. Quando eu chegava em casa, ela ficava eufórica e ia direto pro peito!

Não vou dizer que foi fácil, pois morri de saudades da pequena, mas também não me arrependi da decisão. Ter o meu dinheiro e condições de sustentar a minha filha é essencial pra mim. Não acho que estou deixando a educação e criação da Nina em mãos de terceiros, pois faço questão de estar presente no dia a dia dela. Sou eu quem a acorda pela manhã, quem a arruma e prepara sua bolsa para a escola. Sempre brincamos um pouco antes de sair de casa e faço questão de levá-la todos os dias. Faço o caminho a pé, parte com ela andando, parte tirando casquinha dela no colo e damos muitas risadas até lá. Sempre que dá, corro para buscá-la também, mas esse papel fixo é do maridão. Assim que chego em casa não faço mais nada enquanto ela estiver acordada. Meu tempo é todo dela.

A primeira vez que ela engatinhou eu estava junto, no primeiro passinho e primeira palavra também. Isso poderia ter acontecido na escola? Sim, mas não aconteceu. Pode-se dizer que tive sorte. E se o assunto é sorte, Nina não ficou doente nenhuma vez por ter ido para creche. Nada. Nada de resfriados, otites e perebinhas em geral. Acho que mesmo se eu tivesse condições de abrir mão do trabalho para me dedicar exclusivamente a ela, eu não abriria mão da escola. Reduziria o número de horas, mas não tiraria a Nina de lá. O contato com outras crianças fez muito bem para ela. Nina é simpática, super esperta e diversão garantida para quem estiver perto.

Essa é a minha visão agora. Ela pode mudar em algum momento. Posso fazer diferente no segundo filho, mas nunca vou adotar uma posição que agrida a mim ou a ela. Mesmo que a postura mude no futuro, a decisão tomada terá sido a melhor possível.

Um comentário:

  1. Alice, ainda não tenho filhos mas concordo com você. É um assunto muito particular que diz respeito apenas a cada família.

    Deve ser legal poder dedicar-se apenas aos filhos, se isso for financeiramente possível, mas acho que ia dar um nó na minha cabeça. Nem que fosse vender avon pras mães das coleguinhas na porta do colégio! rs Tô acostumada a trabalhar desde cedo e acredito que ia me sentir mal 'dependendo' de alguém. Coisa minha mesmo.

    Beijoca

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