terça-feira, 29 de novembro de 2011

Posso congelar o tempo?

Quando eu chego em casa a Nina corre com um sorriso enorme e me abraça. Abraça com força. Mexe no meu cabelo e faz uma conferência geral no meu visual. Se notar algo diferente do normal, como um arranhão, pergunta: quê issu? Depois repete "minha mamãe, minha mamãe", enquanto dá tapinhas na minha cabeça. Ela quer colo, nada de colocá-la no chão, e começa a me pedir coisas variadas, entre leite, escovar os dentes, desenhar ou jogar os brinquedos no chão. Ela me olha com aqueles olhinhos bem abertos e felizes por eu estar ali. Não tem papai, não tem vovó e nem Dinda que a convença a sair dos meus braços nesse momento.

Depois que ela nasceu, passei a reparar nos olhares que os filhos lançam para as mães. Nunca tinha me dado conta de como essas crianças nos enxergam. De como a MÃE representa um ser intocável, perfeito, invencível diante dos pequenos. Outro dia estava no ônibus e uma mulher entrou com seu filho no colo. Ela estava toda descabelada, com um chinelo velho e uma roupa descombinada, mas claro que para o filho aquilo não era importante. Era sua mãe. E ele a abraçava, enquanto mexia nos seus cabelos.

E agora ando com um aperto no peito de pensar que esse olharzinho tão lindo, tão apaixonado, tão, tão, tão tudo, já, já vai embora. E, em um momento bem egoísta, quero parar o tempo e preservar a minha carequinha assim: no meu colo, dando tapinhas na minha cabeça, enquanto diz: "minha mamãe, minha mamãe, minha mamãe..."

6 comentários:

  1. que linda!

    o Mig ainda não fala...mas já me olha com uns olhinhos e olhares que falam por ele..e eu sinto que ele está dizendo "minha mamãe, minha mamãe"...


    primeira vez que venho aqui, adorei!
    beijos

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  2. Dá pra vc parar de colocar estes textos que me emocionam? Ou devo perguntar: dá para eu parar de me emocionar com os textos sinceros e verdadeiros que você escreve?? Te amuuuu!
    Beijos!

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  3. fiquei com olhinhos cheios d'água"!

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  4. Nem fale nisso. Fiquei emocionadíssima com o post. Depois que me tornei mãe, fiquei muito mais sensível. E com esse texto lindo, fiquei com os olhos cheios de lágrima! Beijos

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  5. Alice,

    Adorei o seu blog e tenha certeza de que voltarei mais vezes... Também já pensei nisso muitas vezes... Queria parar o tempo, queria ter para sempre o abraço do meu filho em meu pescoço (bracinhos ainda curtos e gordinhos...), queria para sempre o seu olhar de bebê que me ama do jeito que eu sou, queria para sempre o seu sorriso banguelo...
    Ai, comecei a chorar!!! Queria que ele não crescesse nunca!!!

    Beijos!

    Lívia.

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  6. nossa Alice...que texto lindo! fiquei emocionada!
    acho que essa sensação deve ser normal,ne...tambem vou passar por isso....
    beijos,Fernanda e Luiza :)

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