terça-feira, 18 de outubro de 2011

Publicidade para crianças. Isso pode???

Ontem fui lá na Mari, durante a minha espiadinha básica de todos os dias nos blogs de mamães, e me deparei com um assunto importantíssimo e um tanto assustador: publicidade infantil. Li o texto todo e assisti o documentário indicado por ela do Instituto Alana. O nome é Crianças, a Alma do Negócio.

O vídeo é um soco no estômago. Eles abordam as consequências da publicidade infantil na vida de pais e filhos, mostrando meninos e meninas de seis, sete anos que preferem comprar a brincar. Que conhecem o nome de todas as marcas, não apenas infantis, mas de celulares e carros, mas desconhecem uma manga. Sim, uma manga. Aquela fruta amarela e deliciosa. Em determinado momento, uma menina diz que o suco direto da fruta não serve, tem que ser o de caixinha. A repórter pergunta se ela não gosta de sucos naturais e a resposta é assustadora: "Nunca provei."

Tudo isso intercalado com alguns exemplares da propaganda direcionada às crianças. A que mais me chocou, e olha que foi difícil escolher, foi uma em que várias meninas (meninas, tá? CRIANÇAS) aparecem falando sobre o que é fashion. Fashion para elas é estar na moda, usar batom, dançar... até que em um momento uma delas diz: "Fashion é brincar." Todas as outras fazem uma cara de susto e dizem: "O que???" E ela termina dizendo que ninguém é de ferro. Alô??? Brincar agora é uma transgressão?

O vídeo do Alana e o post da Mari me fizeram pensar muito. Quem me conhece sabe que gosto de comprar. Não sou ligada em marcas, mas gasto mais do que deveria com coisas que não preciso. Não são coisas que não uso, mas que sem dúvida poderia viver sem elas. Desde que a Nina nasceu isso mudou bastante. Inicialmente porque minhas prioridades mudaram e ela passou a ser o foco principal. Além disso, comecei a me preocupar com a pessoinha que eu estava criando e não quero passar para Nina meus devaneios consumistas.

Minhas compras para a pequena costumam ser controladas. Durante a gravidez não comprei quase nada, montei seu quarto com móveis meus repaginados (valeu mami pelo trabalho artesanal!) e com um berço comprado em brechó. Compro roupas de acordo com a necessidade dela, mas sim abro exceções para algumas coisas lindas que encontro por aí. Brinquedos eu não compro porque ela ganha muitos (enchi três sacos grandes de brinquedos para dar em menos de dois anos de vida) e até hoje ela não me pediu nenhum, apenas revistas para colorir, lápis e caneta. Acho ótimo!

Em um momento do vídeo, eles abordam a importância de dizer NÃO para a criança. Lembrei de quantos NÃOs eu ouvi na vida. Foram muitos. E mesmo assim, quando lembro da minha infância, não consigo lembrar de nada que tenha me faltado. Eu tive tudo, incluindo bens materiais. Agora vejam, se eu tive tudo e não me lembro da nada que tenha me faltado, apesar de ouvir muitas negativas, é porque realmente o que eu pedia não era uma necessidade. Era o puro querer.

Lá em casa nós gostamos de televisão. Não proíbo a Nina de assistir, mas tento controlar. Evito as propagandas e ela sempre prefere brincar a ver TV, isso é fato. Nesse final de semana uma pessoa queridíssima fez uma observação sobre a Nina que me deixou muito feliz, ela disse: "Nina você está sempre assim! Pé no chão, toda suja, só de fralda..." E criança não tem que ser assim? Estávamos no batizado da minha afilhada, o sapato da Nina estava saindo do pé, ela quis tirar, eu tirei. Ficou de pé preto e era a mais sujinha das crianças que lá estavam. Quero mais é que ela se esbalde!

Aderindo a campanha, também repasso o link para o Manifesto pelo Fim da Publicidade Infantil: http://publicidadeinfantilnao.org.br/. Minha assinatura já está lá!

2 comentários:

  1. O mundo está de cabeça para baixo e ninguém me avisou: "Brincar agora é uma transgressão?"

    e que pés imundos, pescoços suados, cabelos desgrenhados façam parte da infância dos nossos filhos!

    beijoca e obrigada por mencionar o post

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  2. Adorei o post, li lá também no viciados em colo e fiquei abismada. Aqui em casa ninguém estimulou esse consumismo absurdo. Mas confesso que sou MUITO consumista. Gasto bastante, sou ligada a roupas de marca... Enfim, nada saudável. Mas estou revendo meus conceitos pois não é isso que espero passar pra minha Alice. rsrs!
    Encontrei seu blog no Minha Mãe que Disse e estou adorando. Desde o formato até os textos. Vou voltar sempre! Estou te seguindo e vou linkar também. Quando tiver um tempinho, passa lá no meu dar uma espiada! Estou esperando! Um beijo!

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