quinta-feira, 28 de junho de 2012

Branca, branquela, branquinha

"Ela era branca, branca
Dessa Brancura que não se usa mais
Mas sua alma era furta-cor"


Mario Quintana não conheceu a minha pequena, mas fato que esses versos poderiam ser para ela.

Então minha linda, quando você crescer e estiver se sentindo a branquela mais azeda da turma, lembre-se da sua alma furta-cor.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Enjoos

Eu sou uma expert em enjoos, vômitos e afins. Não tenho problemas de nojinho nem nada e isso não tem nada quiver com a minha vida de solteira, com os excessos de tequila, com a cabeça girando ao deitar ou com a amnésia alcoólica da vida pré-materna. Minha experiência no assunto é muito anterior.

Minha mamis foi premiada com não uma, mas duas crianças que enjoavam no carro. Além disso, todos os dias ela pegava essas duas crianças, no caso eu e meu irmão, e atravessava a Grajaú-Jacarepaguá, aquela serra que une os dois bairros. Claaaaro que no meio do caminho um vomitava, o outro acompanhava e assim sucessivamente o carro foi adquirindo aquele aroma peculiar de azedo, sacas?

Uma vez teve uma excursão no colégio e eu já era maiorzinha, devia ter meus oito anos mais ou menos. Aí você pega a criança, joga num ônibus com outras mil crianças enlouquecidas. Passa o dia mergulhando na piscina, pegando um sol e comendo batata frita, depois joga os monstrinhos no ônibus, again. Lembro-me que passei todo o trajeto colocando em prática minhas técnicas anti-vômito: janela aberta, vento na cara, olhos focados em uma só direção. Olhar para trás, nem FO-DEN-DO. Desci do ônibus, mamis me esperava e logo sacou minha cara verde.

- Você quer vomitar?
- Sim.
- Calma, vamos andar até o carro.
Vendo que eu não ia aguentar, ela apertou o passo e falou:
- Apoia aqui filha, já é o nosso carro.

Nessa hora, eu que já não estava vendo nada na minha frente, lancei um jato de vômito no capô do carro. Mamis tranquila, afinal, o que é um azedinho do lado de fora pra quem está pra lá de acostumada com o azedo interno?

Mas daí gentes, que o carro não era dela não. Era igualzim, mas o dela estava duas vagas depois. Podíamos ter deixado um bilhete para o dono, mas faltou papel e caneta, faltaram forças e sobrou uma criança tensa, por ter vomitado no carro alheio na porta da escola. Amiguinhos podem ser cruéis, né? Melhor meter o pé. Então aproveito o momento para pedir desculpas ao dono do veículo pelo capô vomitado. Juro que não fiz por mal. Nem mamis.

Hoje em dia eu não enjoo mais porque gastei toda minha cota da infância. Nem pra gravidez sobraram créditos. Se hoje isso não rola mais, então por que esse post? Porque claaaaro que papai do céu ia retribuir os anos de vômitos no automóvel da minha progenitora me dando uma filha que enjoa no carro.

Isso nunca tinha acontecido, mas depois de estrear a caminho das fotos, ela repetiu a façanha no carro da dinda esse final de semana. O meu automóvel segue ileso.

O que já descobri:

- Isso é normal, mesmo que seu filho nunca tenha enjoado, é depois dois dois anos que eles colocam as manguinhas de fora.
- Ela começa sempre dizendo que está com dor de barriga, porque não consegue entender que se trata de um enjoo.
- Quando está na cadeirinha melhora muito, porque ela fica mais focada em olhar para frente.
- Alto da Boa Vista é fatal.

Dizem que melhora depois dos 12 anos, então ainda me faltam 10 pela frente...


terça-feira, 19 de junho de 2012

Gripadas

E a gripe que pegou a Nina resolveu garrar nimim também. Só para não perder a viagem.

Sábado acordei com espirros estranhos, daqueles que quando terminam geram uma onda de arrepios pelo corpo. No sábado de tarde a coisa piorou e de noite, ahhhh, de noite amiguinhos, o bagulho ficou foi doido. Febrão, dor na cabeça, dor no corpo e sem força nenhuma pra levantar meu corpitcho pra nenhuma atividade. O jeito foi apelar para mom's que carregou a pequena para sua residência e me permitiu passar o domingo inteiro jogada no sofá. Não levantei nem para comer. Só não doía quando não respirava.

Fiquei imaginando: se minha filhota saltitante também se sentiu assim, como ela conseguiu pular tanto?

Depois de um dia inteiro sem fazer nada para ninguém fiquei um pouco melhor, corpo ainda moído, porém sem febre. A má notícia é que Nina, apesar de lépida e fagueira, continuava com quadros febris. O jeito foi marcar o pediatra para segunda, torcendo para que não fosse nada.

O dotô de início levou um susto com a minha ligação, já que sumi do consultório faz tempo. Minha última visita tinha mais de um ano. Depois levou outro susto ao examinar os ouvidos da Nina. Ficou sem entender como ela não reclamou de dor. "Estão beeeem vermelhos e inflamados", foram as palavras dele, já que eu mesmo nada vi. Egoísta aquele negocinho de olhar orelha de criança, né? Nem que a gente queira consegue ver alguma coisa (#amãeintrometida).

O resultado foi que após quatro dias de febre, voltei pra casa com uma receita de antibiótico que achei que era o primeiro da carreira da Nina, mas depois me lembrei do episódio do  e me toquei que não era não. A estreia já tinha rolado.

Pra finalizar, passei o cartão do plano de saúde e a máquina recusou. "Ué, recusou por que???" Só assim descobri que apesar de pagar todo mês e ter boletos previamente emitidos até dezembro, o troço estava fora da validade. Porque de mandar a cobrança eles lembram, né? Mas o cartãozinho que é bom...

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Criança doente = Cama (???)

A cria está com 38,5º de febre e:

A) Fica mais caidinha, com sono e quer colinho de mãe.
B) Fica chata. Choraminga, sente dor e quer dormir.
C) Ignora o fato. Corre para sala, dança Kuduro enquanto cantarola "ioioio" e por fim pede para ir ao parquinho, já que se livrou da escola.


Bem-vindo ao meu mundo!

Agora diz aí, mereço ou não ir para NY? Vamos votar?


Tem que curtir a página da Limetree e votar no meu post nesse link aí em riba.

Bjks

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Pai é pai

Este post é candidato ao concurso “O melhor post do mundo da Limetree” 

Na primeira noite da Nina fora da minha barriga eu estava péssima. Toda recortada lá naquela cama de hospital e com uma barriga tão imensa que eu era capaz de jurar que tinha outro bebê ali. Talvez a médica, num rompante de caridade com a minha total incapacidade para ter filhos gêmeos, tivesse resolvido deixar o segundo exemplar ali guardadinho, tipo pegadinha, sabe?

Eu senti muita dor. Muita dor. Muita dor. Não podia me virar, nem me levantar e a Nina chorou, chorou, chorou. Quem você acha que ficou responsável por pegar a pequena no colo, levar pra mim, colocar no peito e blá, blá, blá? O pai claro. Pela manhã, quando ele acordou, depois da Nina ter finalmente dormido por umas três horas seguidas em cima de mim, ele olhou bem nos meus olhos e proferiu as seguintes palavras: "Foi a pior noite da minha vida."

Se eu não estivesse remendada era capaz de ter voado no pescoço dele. Como assim a pior noite??? É sua filha, tá louco? O comentário que ficou engasgado na minha garganta por alguns meses, hoje faz todo sentido pra mim.

Depois que voltamos para casa, foi engraçado observar o comportamento dele com a Nina. Ele olhava para ela e chorava de emoção, mas ao mesmo tempo deixava claro que não conseguia interagir com um bebê tão pequeno. Ele beijava, acariciava, pegava no colo, mas era como se faltasse uma conexão. E faltava mesmo. Indignada eu tentava criar, buscar argumentos, para provar que ele estava errado, mas a verdade é que ele era apenas sincero. 

Eu fiquei totalmente paralisada quando foquei os olhos na Nina pela primeira vez. Senti uma emoção única quando a peguei no colo, mas a verdade é que nos primeiros meses agia muito mais no automático e no instinto de precisar alimentar, cuidar, proteger, do que realmente baseada no amor pela criaturinha. Eu sabia que amava, mas não me sentia o ser mais iluminado da terra. Eu estava feliz, mas confusa. Eu estava feliz, mas cansada. Eu estava feliz, mas sofria. Então eu simplesmente amava, cuidava e reprimia qualquer dúvida na minha cabeça, porque era assim que as coisas tinham que ser. Será?

Agora, se mesmo para mim, a mãe, a que carregou o bebê na barriga por mais de 40 semanas, a que teve a oportunidade de amamentar a pequena (coisa que os pai, coitados, nunca vão poder experimentar), a que sentia a cria se acalmar só com o meu cheiro, se mesmo para mim era complicado entender esse vínculo, esse amor, essa cobrança, imagina para o pai? 

Hoje eu entendo que a relação entre pai e bebê se forma no dia a dia e de uma forma bem mais lenta do que a da mãe com o bebê. Nada mais normal.

As coisas foram tomando rumo com o tempo. A cada nova conquista da Nina, eles se conectavam um pouco mais. Quando ela começou mesmo a interagir, se jogar para um e outro, chamar, mesmo que com o olhar, fui percebendo ele nascer como pai. E hoje, observo a pimpolha, com todas as suas argumentações elaboradas, carregadas na dramaticidade, derrubar um marmanjo de cento e muitos quilos. Vejo ele se derreter pedindo um abraço de bom dia ou se sentir todo todo quando ela coloca um sapato e diz que vai trabalhar com o papai. Vejo como esse tempo foi necessário para construir uma relação entre os dois. 

Toda mãe passa por um intensivo quando o filho nasce. Além dos nove meses de transformações, você precisa dar conta daquele bebê de uma hora para outra. É covardia querer que os papais acompanhem esse ritmo, né? Tudo a seu tempo.



Vota lá na gente que estou doidha pra dar um rolé em NY! Tem que curtir a página da Limetree no Face e só dá pra votar uma vez em cada candidato.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

As jujubas, o vômito e as fotos

Aconteceu muita coisa por aqui nos últimos tempos e a falta de um armário tem deixado a minha vida estacionada. Deu pra entender?

Bão, tenho acumulado algumas tralhas. Logo eu, justo eu, bem feito pra eu, que sempre enchi a boca pra falar que pratico o desapego. Pois é, mas trabalhando com festas, "apegar" é palavra-chave. E assim me apego às caixas de papelão, a restos de bola de encher, pedaços de fitas, latas de leite, vasos e qualquer sorte de coisa que possa virar um artigo lindinho numa festa mais linda ainda. Ah, deixei a modéstia de lado também.

Aí estavam lá, todas as minhas tralhas acumuladas em cima da mesa da sala. E fui eu toda cheia de mim montar uma festinha. Passei o dia fora, entre brigadeiros e bandeirolas e quando voltei senti um cheiro estranho. Não era cheiro de queimado, não era cheiro de lixo, era como se tivesse um defunto na minha residência. Segurei a Nina atrás de mim e quando cheguei na sala...


O horror, o horror!

Pietra estava com diarréia.

Agora idealize uma diarréia confeitada com jujubas? Sim jujubas, coloridas e inteiras no meio daquelas poças espalhadas pelo chão da minha casa.

Agora você, amiga blogueira, que como eu tem um cachorrinho fofo, um cachorrinho salsicha, daqueles baixinhos, diga se você poderia imaginar que esse ser que mal tem patas decentes poderia subir na mesa, jogar no chão um pote fechado com jujubas dentro, de modo que a tampa fosse lançada ao longe, e que depois, esse mesmo cãozinho comeria, simplesmente, meio quilo de jujuba?

Pois é, vindo da Pietra isso é super normal e eu NÃO deveria ter deixado aquele pote ali, mas achei que estava seguro, fechadinho, enfim. Não foi surpresa, foi burrice mesmo.

Depois de limpar a casa toda, com a Nina em cima do sofá, só ouvia a pequena repetir para a cachorra: "Qui nojú Piêta. Qui nojú".

Entenderam porque preciso de um armário? Não consigo arrumar as coisas porque não tenho aonde guardá-las. (Para doações, favor me mandar um email)

Não pára por aí, mas agora o causo tem nada quiver com o armário não.

Nina virou modelo. Hahahaha, calma gente não fiquei louca. Minha prima é editora de uma revista de noivas e convidou a pequena pra participar de um editorial. Lá fomos nós, inexperientes de tudo, achando que era só dar um pulinho ali ó, pá-pum.

Fomos eu e ela, com a roupa do corpo. De manhãzinha, de carona com uma das meninas da revista que também estava levando o filhote dela pra participar. Ele é da idade da Nina e estava dormindo no carro. Simpática e vendo que a Nina estava acordadíssima, ela disse: "vou colocar um DVD pra ela ver."

Gente, eu não tenho DVD no carro. Nesse dia tive a certeza que nunca terei. Nina começou empolgada, mas aquelas duas televisões micras, presas no encosto de cabeça do banco da frente, somadas com as curvas do Alto da Boa Vista, renderam um jato de vômito da pequena na mamãe aqui. E lembram que fomos com a roupa do corpo, né?

Nina chegou para tirar as fotos vestida de calcinha e tênis e só estava limpa porque viemos em um carro equipado com lenços umedecidos, toalhas e coisas que uma mãe consciente, que não era eu, leva para seu filho. Eu cheguei fedendo a azedo mesmo e assim permaneci o dia todo, porque só cheguei em casa depois das sete da noite.

Mas aí né, descobri que a garota gostou mesmo do babado.
Fez todas as trocas de roupa rindo.
Queria fazer maquiagem.
Fez poses e caras pras fotos.
Birras e afins com as outras crianças.
Encheu o bucho de biscoito de polvilho, mas detestou o pirulito e o algodão doce (ponto pra mamãe!)
E de repente teve um rompante de moleca e arrancou os sapatos, as roupas e entrou na piscina de calcinha mesmo.



Fora esses acontecimentos, pintei o cabelo umas três vezes nos últimos dois dias e não gostei de nenhuma cor. Agora quero mudar, mas estou com medo de ficar careca, porque a coisa aqui não ficou boa depois dessa química toda.

A casa continua um caos e a cachorra está de dieta.

Quero ver se ela emagrece e se esse troço de dieta funciona mesmo, vai que assim eu me inspiro. Experiência com animais? Não, não, sou contra.