Eu não tenho nada contra mães que contratam babás para ajudar a cuidar dos filhos. Imagine uma mulher que trabalha, tem três filhos e não conta com uma mãe/sogra por perto? Supondo que as crianças saem da escola ao meio dia e que deixá-las sozinhas seria abandono de incapaz, como fazer? Pagar uma escola em período integral já é caro, imagina pagar três? Apesar de todo meu respeito pelas babás e meu esforço em não julgar o maternar das demais mães por esse mundo afora, fico com algumas dúvidas...
Primeiramente, a quem você confiaria o seu filho? Eu confiei a Nina à escola dela quando voltei a trabalhar. Foi uma escolha sofrida, mas consciente. Se eu tivesse opção, teria permanecido em casa com ela até, pelo menos um ano, mas meu salário era necessário. A escolinha foi escolhida meses antes de voltar ao batente e a vaga reservada previamente. Confiei nos profissionais, na proposta, nas indicações que recebi e no carinho que acompanho a cada dia deles com as crianças. Quando algo me incomoda, eu falo. Toda relação precisa deste feedback e obstáculos sempre existem.
Mas voltando às babás. Como escolher a pessoa que vai ficar com seus filhos, muitas vezes, sozinha em casa? Acredito que uma boa indicação seja MUITO importante. Além disso, a empatia é fundamental. Você não está contratando alguém para limpar sua casa e sim uma pessoa que vai cuidar dos seus filhos diariamente. Que vai entrar na sua casa, sentar no chão com eles, alimentar, dar carinho, colocar para dormir... Uma pessoa a quem eles vão amar, se afeiçoar e pedir colo. Aí entra outra dúvida, depois quando não for mais "necessária", o que você faz com esse vínculo? Ignora?
Agora leiam esse artigo no Globo.
A única visão que consigo ter de um relacionamento com a babá dos meus filhos seria de total cumplicidade. Uma pessoa que fica dentro da minha casa, cuidando do meu bem mais precioso, seria vista por mim como da família. Eu não confiaria meus filhos a alguém se o sentimento fosse diferente. Vou ouvir pessoas dizendo que a relação deve ser profissional, que não pode ser assim, que você deve mandar e ela obedecer e direi, sem sombra de dúvida, que se não pode ser assim, então para mim, não serve.
Como então imaginar uma babá passeando sozinha com meus filhos pelo Fashion Mall, enquanto eu gasto tubos com o maridão? Como imaginar essa pessoa, pessoa em quem confio cegamente, sendo abordada por seguranças por estar passeando, não uniformizada, com crianças que não são seus filhos pelos corredores do shopping? Ah, você não sabia? Nos corredores do Fashion Mall só transitam os ricos, os famosos, os brancos e as babás, claro, desde que devidamente identificadas, para não "destoar" do resto.
Nojo, nojo, muito nojo.
Eu que já não curtia mesmo o tal estabelecimento, agora não piso lá nem por nada. Eu que já não entendia o relacionamento de alguns pais com as babás de seus filhos, agora entendo menos ainda. Eu que acho que já vi coisas horríveis, percebo que sempre pode piorar.
Que vergonha.
Que vergonha mesmo! O Fashion Mall deve ser igual ao Higienópolis aqui em SP. Nunca ouvi dizer que importunaram babás no shopping, mas no bairro onde o shopping se localiza acontece direto. Processo nessa gente, pelamor! Isso não pode acontecer.
ResponderExcluirTambém procuro não julgar a maternagem alheia, mas confesso que é difícil compreender como é que uma mãe que não trabalha paga babá para fazer TUDO com os filhos, até tomar banho de mar. Nas praias aqui em SP -acho que no Rio também- é super comum ver casais com um filho só lendo livros, jornais, tomando suas caipirinhas e deixando o filho com a babá, que leva pro mar, brinca na areia, lê historinha, mesmo com os pais 100% disponíveis, mesmo com a criança pedindo aos pais pra brincarem com ele. É de cortar o coração.
E você fez uma pergunta bem pertinente: ok, pais terceirizam os filhos pra babá, estimulam um vínculo babá-bebê e depois??
bj
Nossa, Alice, que absurdo!!! É realmente vergonhoso, ultrajante! E eu achando estranho o fato de no meu prédio, bem clásse média aqui em Salvador, ter uma babá que trabalha uniformizada, com um uniforme horroso, coitada! Talvez seja o fato de eu ser do interior (beeem interior) do estado e lá, claro, não tem dessas coisas. O artigo me fez lembrar de uma patricinha fútil ao cubo que eu conheço dizendo que preferia o Shopping Iguatemi ao Salvador Shopping. Isso porque no Iguatemi os pisos retratam bem as classes A, B e C, ou seja, no 3º piso fica a alameda das grifes, no 2º as lojas mais classe média e no 1º as mais populares... enquanto que no Salvador Shopping, disse a paty com cara de nojinho, "fica todo mundo muito misturado". Que nojo, viu?!
ResponderExcluirEu fui criada por baba, que ate hj mora na casa da minha vó. Sempre vou visita-las. Tb nao entendo quem coloca alguem dentro de casa para fazer um papel tao delicado e trata com
ResponderExcluirEssa distancia...
(e tb colocaria meu baby em creche. Acho mais seguro. A gente ouve cada barbaridade ppr aí...)
Alice,, me questiono muito por isso.
ResponderExcluirLaís ficou com minha mãe.. e hoje fica na creche, mas daqui uns dois anos vai para outra escola.. e o q fazer? Como confiar meu bem mais precioso? Tão dificil!!!
Sobre essa "segregação" é tosca e, infelizmente, mas comum que se imagina. Triste!
Bjs
Putz, ridículo mesmo! Sou dessas que pensam como vc, se eu tivesse uma babá, ela teria que ser parte integrante. Até porque como vou confiar em alguém que vai cuidar do meu filho e que com certeza, meu filho vai se apegar se eu não quero nenhuma aproximação com essa pessoa? Que tipo de cuidado ela vai dá pro meu filho? Aquele que tbm não se aproxima, no mínino.
ResponderExcluirEu naõ tive babá, mas tive uma avó. É, porque nunca considerei como minha babá. E pra encurtar a historia, qndo ela estava no hospital, já bem velhinha, eu estava lá. No dia que ela foi pro andar de cima, eu estava lá. Minha mãe, meus irmãos tbm. E até hoje eu sinto falta dela. Que muitas vezes fez minha comida, me deu banho e que me amou tbm, do jeito dela!
E qndo o Enry nasceu, eu só pensava "seria tão bom se ela estivesse aqui pra dá o primeiro banho dele".
Beijos